Com
discos de covers podemos conhecer uma gama de novas músicas a partir de alguém
familiar. É uma chance de conhecer músicas de músicos que só ouvimos falar ou
as vezes nem isso, além de ter contato com performers que nossos artistas
favoritos admiram. Por outro lado, eles podem ser apenas discos pra você curtir,
mesmo que não tenha interesse em se aprofundar. Seja qual for o seu caso, essa
lista está aqui para apresentar a vocês alguns discos de cover que gosto e indico.
Como de praxe, é uma seleção variada.
5. She & Him: Classics (2014)
Como
o título do álbum diz, são clássicos. Um disco relativamente comum, o que não
significa algo ruim (não mesmo!). Em
Classics, o duo regrava sucessos pré-históricos de uma forma singela e doce,
gostando ou não de She & Him, temos de admitir que eles são ótimos
intérpretes e isso é o que sentimos nos belos vocais desse álbum de covers.
Entramos em uma viagem dos anos 30, em Stars
Fell On Alabama (1934), aos anos 40, em Time
After Time (1947), passamos também pelos anos 50, em Unchained Melody (1955), chegamos aos anos 60, em Stay Awhile (1964) e finalmente temos os
anos 70, em faixas como The Girl’s In
Love With You (1970).
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4. Vários Artistas: Is This Indie? (2011)
Um
disco de tributo à banda The Strokes; o álbum Is This It (2001) foi repaginado do começo ao fim tornando-se Is This Indie?, onde todas as faixas são
cantadas por artistas brasileiros. O trabalho é uma produção do Rock n’ Beats
que pensou em fazer uma coletânea com o primeiro disco dos Strokes para ser
lançado uma semana antes dos nova-iorquinos tocarem no Brasil pela segunda vez.
Dentre os nomes presentes estão Sabonetes, Vespas Mandarinas, Banda Uó, Vivendo
do Ócio, Cícero, Charme Chulo... “Em uma releitura particular deste emblemático
álbum (...) incluímos duas faixas bônus ao projeto, uma segunda versão de Last Nite e uma música nunca gravada
pelo Strokes (...). Além de lembrar a importância do disco, escolhemos bandas
de sete estados brasileiros pensando em representar a diversidade da atual
música independente brasileira” (ROCK N’ BEATS, 2011).
3. Kumi Koda: Color
the Cover (2013)
Esse
é pra quem curte a música pop contemporânea, com som eletrônico, autotune e tudo que caracteriza o
gênero. Color the Cover é o segundo
álbum de covers da carreira da cantora Kumi Koda, nome tradicional no cenário
J-POP. Assim como seu visual colorido sugere, trata-se de um disco com sonoridade
moderna e direcionado para o público jovem. Com faixas que vão do eletrônico ao
jazz, o disco contém covers de nomes populares da música japonesa, Shizuka Kudo
(Blue Velvet é o terceiro tema de
encerramento do anime Dragon Ball GT),
Kome Kome Club, Mayo Okamoto e outros. O álbum deu uma nova roupagem a famosos
hits japoneses, mas o tom das canções originais foi mantido e se você se
interessar por conhecer as versões originais, vai perceber que seus gêneros são
bem diferentes. Das 10 faixas do álbum, a única que eu já conhecia é Pink Spider, (originalmente de Hide,
consagrado no rock japonês que faleceu em 1998), rock bem pesado que foi transformado
em música eletro na versão de Kumi. Abaixo, o anúncio do álbum feito para TV japonesa.
2. Raul Seixas: Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock
(1973)
Raul
acreditava que o rock de verdade tinha acabado em 1959 com a ida de Elvis
Presley para o Exército, então fez uma compilação de sucessos que, segundo ele,
seria o verdadeiro Rock n’ Roll. O resultado foi um disco de covers bem
divertido, cheio de sucessos nacionais e internacionais; Little Richards, Neil
Sedaka, Erasmo e Roberto Carlos e até Celly Campello! Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock é do mesmo ano de lançamento
de Krig-ha, Bandolo!, primeiro álbum
do Pai do Rock Brasileiro (os clássicos Metamorfose
Ambulante e Mosca na Sopa são
desse disco), então foi creditado a banda fictícia Rock Generation, já que
Rauzito foi proibido pela gravadora de pôr seu nome no álbum de covers para não
prejudicar as vendas de seu primeiro trabalho; somente anos depois seu nome
estaria estampado na capa. Dentre minhas faixas favoritas está a breguíssima Only You (The Platters) e a medley de Estúpido Cupido/Banho de Lua/Lacinhos
Cor-de-Rosa de Celly Campello, uma precursora do rock no Brasil.
1. Wanda Jackson: The
Party Ain’t Over (2011)
Três
palavras simples para que você entenda e não tenha dúvidas: RAINHA. DO. ROCK. e ponto. Procure
textos estrangeiros sobre ela, se quiser saber mais. A queridíssima Wanda
Jackson (já falamos vagamente dela aqui, não tá lembrado?) lançou seu trigésimo
álbum pelo selo independente Third Man Records e em parceria com Jack White. Posso
dizer que The Party Ain’t Over é a
forma toda especial dessa senhora gritar para as novas gerações “ISSO AQUI É
QUE É ROCK, SEUS FILHA DA PUTA!”. Não há enrolações, não há delongas, o disco é
uma bomba para dançar e se divertir; entre clássicos e modernos, Wanda canta
Elvis, Dylan, Johnny Cash, Amy Winehouse... Confiram o vídeo de Thunder On the Mountain retirado do
álbum.
E
aí, que álbuns de covers vocês curtem?