“Você demorou”
“Você demorou”
“A
frase se repetia em sua cabeça enquanto tenta fugir da voz que antes queria
encontrar. Por que não consegue sair do lugar. Por que sente um aperto no peito
como se alguém apertasse seu coração sem dó e piedade. A lua está incrivelmente
redonda e amarela. As estrelas fortes parecem se mover junto com o corpo peludo
de Julio que como lobo corre na floresta fechada em direção oposta da voz
feminina. O lobo sobre uma barreira e se depara com o fim da escuridão das
arvores e um início de um lugar amplo e cheio de areia com pouca vegetação.
Julio olha para trás, olha o caminho que está preste a deixar e esquecer aquela
dama que chorava. Julio começa a correr em direção à liberdade da voz
perturbadora.”
O
dia está quase perfeito. Sol forte, mas não quente. O vento mexe os cachos
negros de Caroline que espera seus irmãos na porta do carro para ir à escola. A
garota observa que os pais novamente já estão começando a discutir. Assunto?
Ela finge que não sabe, mas a imagem que vira ao voltar da escola do pai com
uma estranha mulher num bar não saia de sua cabeça. Será que meu pai poderia
está tendo um caso? Será que meu pai não ama mais minha mãe? Mas por que ele
faria isso? Ele não nos ama mais? Que droga! Caroline coloca seus fones grandes
e seus óculos escuros. Ninguém precisa saber que eu não dormir nada ontem à
noite.
“Parece
que corre há dias, há meses, há anos. E a sensação de correr num nada consegue
ser pior do que a de correr em um lugar cheio de arvores e escuro. Julio não
escuta mais nada. Apenas o vento gritando o quanto ele será um perdedor
solitário e perdido. O lobo observa que se aproxima de algo. E o fato de não
está sozinho nesse lugar assustador o faz correr mais rápido para logo chegar.
Seus olhos já estão molhados. Seus pés já não doem tanto. "
"Seus pelos molhados
de suor mexem com a parada brusca de Julio ao vê uma arvore seca com abutres
que observa dois deles de olhos vermelhos se alimentando de um lobo cinza ainda
vivo que se retorce de dor e sem força mais de fugir. Julio fica quieto
observando. Assustado. Sem reação nenhuma. E por acidente, enquanto o lobo
cinza se mexia de dor, seus olhos sofridos encontram os olhos de medo de Julio.
Isso pareceu familiar. Mas Julio não lembra exatamente onde isso poderia ter
acontecido. O medo percorre nas veias de Julio que percebe que o Lobo cinza
queria ajuda. Mas ele não fez nada. Ele não podia fazer nada. Ele não estava
emocionalmente bem para aquilo. Ele apenas corre. Corre em direção da floresta
novamente. Apenas corre. Fugindo de tudo aquilo que lhe assustava."
Julio acorda sem ar em sua cama molhada de suor. Mas um pesadelo. Mas um aviso. O que tudo isso poderia ser? Uma coisa Julio sabe. Tudo isso deve ter um sentido. E sua função agora é descobrir qual sentido tem esses constantes pesadelos. Mesmo que tenha que ser sozinho.
os Lobos sempre procuram uma Dama pra Uivar e praticar coisas selvagens na escuridão das Metropoles em uma Noite de Luar!!! Marcos Punch......................................................................
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