Ensaio sobre a Cegueira
(2008), dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles (Cidade de Deus, 2002). Brasil, Canadá e Japão produzem essa
adaptação da obra homônima de José Saramago.
O
exagero nos tons brancos do filme sugere uma atmosfera um tanto irreal e isso não
se dá por acaso, a cegueira, sem explicação lógica, torna-se símbolo. É exatamente
disso que se trata, Ensaio sobre a
Cegueira é envolto de simbolismo. Seu pressuposto principal pode ser
entendido da seguinte forma: o que acontece quando deixamos de ver a humanidade
do outro? A partir disso, somos levados a diversas leituras acerca do que é ser
humano e do que é deixar de ser humano, o que é abrir mão da própria humanidade
e/ou da humanidade do outro. Além disso, o filme não deixa de sugerir algo
acerca da resolução do problema: enxergar o outro não dá-se de uma hora pra
outra, é um processo gradual. E é bem provável que passemos o resto da vida
lutando contra nossa cegueira no sentido de torná-la menos severa.