Especial de Natal

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Bem, pretendo começar sendo bem direta, hoje foi o natal, e todos sabem, detesto esse dia em que todos ficam rindo a toa... Enfim, dormi cedo. Pelo menos tentei. Já que tive três visitas. Dá para acreditar que três espíritos natalinos vieram ao meu encontro mostrar como eu sou má! Pois bem querido Diário, vamos por parte!
Hilley
Acordei de super mau humor, como o de costume, mas desta vez, estava tipo muito muito muito pior. Encontrei meu querido irmão gêmeo Hilton ao som de músicas chatas e repetitivas de Natal. “_Mas que porra é essa?” Perguntei bebendo meu leite gelado. Mamãe fazia algo na pia e respondeu quase cantando “_Hoje é Natal minha adorada filhinha Hihi!”. Agora bem ai eu tive com toda a certeza vontade de cortar meus pulsos, “_Hihi?” é tipo demais para uma criança evoluída como eu! Decidi então visitar meus amigos, Pookie e Kakhuto!

Andava pelas ruas que estavam cobertas de luzes, cores e pessoas rindo para todos os lados... Pensei, gente que passa o ano inteiro passando pela mesma rua, pelas mesmas pessoas e tipo nunca fala nem um #Oi, e agora estão rindo para todos como se fossem amigos de infância. Credo, pessoas são estranhas! Fato. Eu sou normal! Lógico!

Cheguei à primeira casa, Kakhuto. Normalmente estão sempre brigando. O pai de Kakhuto é tão idiota. Mas hoje está sendo tão legal que chego a me enjoar. Para que isso? Se depois do natal vai voltar a ser idiota de sempre? Enfim, Kakhuto adora festas, por quê? Por que adora comer. Então tá tipo super feliz pela festa que mais tem comida! “_Hill cara, não vou poder sair hoje, ajudando a mãe aqui.” Disse ele depois que o convidei para jogar pedras no telhado do quarto de Carlitinha. Então decidi ir à casa da Pookie.

Finalmente cheguei, de longe vi pela enorme janela Pookie abraçando o pai, a mãe, a tia, a avó, o tio, o primo, a prima do tio dela, a amiga do primo dela, o gato dela, o cachorro também, tentou abraçar o cacto da sua mãe, mas tipo, não dá né?! Abraçou o cachorro do amigo do amigo da mãe dela, quis beijar todos, ouvia de longe ela dizendo como ama todos, como está feliz, como como... Fiquei pensando, não serei doida o suficiente para enfrentar o amor constante de Pookie. Então decidi ir para minha casa! Aonde ninguém vai me abraçar mesmo!

Cheguei a casa, subi as escadas, reneguei as músicas natalinas. Entrei no meu quarto, e enquanto fechava todas as cortinas para trazer mais rápido a minha noite de sono, o Peteca, minha bola de cristão gritou “_Hilley sua projeto de Elvira Rainha das trevas, devo te avisar que...” Eu simplesmente o joguei dentro da minha gaveta para simplesmente não ouvi a voz irritante dele... Ele ainda fez uns barulhos, mas tipo, to nem ai! Fui dormir! E foi fácil! Sempre estou com sono.

Horas depois, senti meu corpo gelar na escuridão do meu quarto... Fui me cobri com os olhos fechados, mas não achei o meu cobertor. Então abri os olhos e quase ceguei, pois havia uma imensa luz no meu quarto. Tipo, do nada. Minha cama balançou. Olhei para cima, e vi uma mulher. Ela flutuou sobre mim, usava uma roupa branca que se movimentava junto com o cabelo. Parecia está debaixo d’água. Ela falava algo, sobre ser o fantasma do Passado. E ia me mostrar o quanto fui péssima. Eu odiei a ideia... Não quero me levantar da cama. Mas não sei como, mas a merda da fantasma fez algo e fui parar no corredor da minha escola. Ai eu pirei. Pior pesadelo é sonhar indo para escola, enquanto era para está descansando da chatice de lá. E tal fantasma pediu para observar. Percebi que estava no primário. E lá estava eu, muito menor do que já sou. Fiquei odiada, não precisava vê como eu era estranha mesmo pequenina.

Todas aquelas criancinhas fedidas saiam correndo. E lá estava eu, andando devagar com o cabelo preso. Coisa de mãe. Quando percebi que meu eu PP colocou o pé para uma loirinha cair... Bem ai eu sentir orgulho de mim mesma! O fantasma falava que, eu devia mim a repender e não sentir orgulho. Ela me levou para o parquinho, onde eu me vi empurrando um garotinho do escorregador. Sentir-me a guria do filme “A Órfã” amei tanto. O fantasma balançava a cabeça negativamente a cada riso que dava quando me via sendo tão eu.

Ela me trouxe para meu quarto. E foi embora estressada. Fazer o que se achei graça em tudo o que fiz no passado. Não era essa a ideia? Enfim, voltei a dormir! Mas logo recebi outra visita... O barulho de correntes me estressou! Acordei, mas não vi nada. Só ouvia. Quando uma voz masculina veio à tona, dizendo que eu devia ser legal, ser feliz e sempre agradecer pelo o que tenho, por que há famílias passando fome. Serio, e o que eu posso fazer para melhorar? Nada né?! Ele continuou falando, e eu procurando ele. Até que o achei. Um homenzinho com correntes em seu corpo. Ele achava que estava escondido, mas foi surpreendido com meu pé. Sim querido diário, eu chutei um fantasma! Foi parar na lua. Com o silencio novamente, voltei a dormir!

Antes mesmo de fechar os olhos, meu quarto foi coberto por um manto negro. Ui fiquei assustada, e meio cega. Gritei a mãe. Mas parece que ninguém me ouvia! Fiquei em pé na minha cama, segurando meu travesseiro. Sentir-me idiota. Eu vou socar alguma coisa com meu travesseiro? Serio? Enfim, era o que tinha! Uma voz assustadora veio com um halito frio e fedido. Falava algo como “Você têm um futuro horrivelmente triste!” E eu respondi tentando imitar a voz assustadora, “Eu não ligo!” Agora imagina só, eu falando assim...  Foi até divertido. Mas o tal fantasma apareceu. Eu gritei, para dar certo clima. Ele parecia um “Dementador” da serie de livros “Harry Potter”. Não dava para vê seu rosto. Apenas suas mãos que pareciam está congeladas. Ele começou a falar coisas, mas não parava de olhar para dentro do seu capuz... Onde estava o seu rosto. Pensava para mim mesma. Ele foi interrompido com a minha mão dentro do seu capuz. Não resiste. Estava curiosa. Você faria o mesmo. Nem vem.

Ele não gostou e foi logo me levando para mais uma viagem pelo tempo que me deixava enjoada. Parei num cemitério. Ai eu gostei. Fiquei curiosa. Nunca tinha ido para um cemitério à noite. Kakhuto gosta. Mas Pookie morre de medo. Ele mostrava túmulos de pessoas que não gostavam de natais. Ai pensei, vou morrer por que não gosto de natal? Não sei que cara ele fez, mas imagino que fez bico. Ai andamos muito, mostrando túmulos, até chegar num. Tipo largado. Velho. Flores mortas. Teias de aranhas. Alguns morcegos voava por cima. Fiquei meio chocada. Como pode existir um cenário tão Punk? Ele olhava para meus olhos curiosos. Perguntou: “Gostou?” eu fiquei calada, mas respondi “Gostei!”. Ele olhou e foi logo ao grande mistério. Esse tumulo é o seu. Seu futuro é Morrer. Eu o olhei e respondi. O futuro de todo mundo é morrer meu chapa! Ele ficou meio puto. De pretinho básico, seu manto foi para vermelho vulgar. O olhei até explodir. E explodi na minha cama. Já era quase meia noite. Ouvia um barulho na sala. Pensei, foi um sonho? Talvez não. Minha mãe me gritou. Então decidi descer. Vesti um vestidinho fresco que minha mãe comprou. Tirei o pobre peteca da gaveta. Ele tava com raiva. E desci as escadas me deparando com uma mesa farta.

Hora de comer!

Não sei vocês, mas concordo com Kakhuto quando diz que Natal é a data que mais se tem comida boa! Foi isso.

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