Expresso Lunático: 16. Virgem aos 20?

Ed desce do ônibus na pequena cidade de Canedo. Uma cidade não tão distante de Flinburgo. Famosa pelas lindas cachoeiras, fauna e flora encantadoras. Ed está com um endereço. Da casa da mãe de Say. O garoto está decidido. Adelfo é passado e a bela Say Samy está solteira. Está na pista. Ed é tímido. Simples. Encantador. Muito romântico. Quase um Edward do Crepúsculo da vida. Mas não é tão gay como falam que o vampiro teen é. E não faria nada disso, se não soubesse do clima que fica quando os dois se encontram. Precisa saber se ela sente o mesmo, se ela se treme quando vê ele. Seu coração gela em pensar que logo encontrara Say. E a possível historia de amor poderá nascer naquela linda paisagem da cidade de Canedo.

Enquanto anda a procura da casa, Ed é surpreendido por Gabriel. Um velho amigo nos tempos do colegial. Aquele que fazia sucesso entre as meninas. Pele morena. Corpo malhado. Cabelos negros e boca carnuda. Ed era totalmente o contrario. Pálido. Magro. Lábios finos. Mas as diferenças entre os dois não atrapalhava a amizade. Ed era péssimo em Educação Física. Mas era ótimo em Química. Gabriel era o contrario. _Ed? Não acredito cara, é você mesmo? A voz grossa é reconhecida rapidamente pelo Ed.

_Gabriel! Cara que bom te encontrar por esses bandos. Os dois se abraçam. Gabriel o chama pra almoçar. Ed aceita. Sentados numa mesa do lado de fora do restaurante que tinha o mar como paisagem. Os dois relembram o tempo de escola. A popularidade de Gabriel e o fracasso de Ed com as garotas. _O que faz por esses bandos? Achava que tinha se mudado pro Rio de Janeiro com seu pai.

_Pois é cara, muitas coisas aconteceram. Estou ajudando meu pai com seus negócios no Rio, mas tenho meus próprios problemas aqui.

_Problemas?

_Mais ou menos. Sou pai!

_Puts? Você está falando serio? Ed está chocado. Gabriel pegava muita mulher, mas sempre se protegeu ou achava que se protegia.

_Pois é cara. E não está sendo fácil. Até que gosto do guri, mas não suporto a Ana.

_Ana Cecília? A garota do segundo ano? Aquela garota mais velha?

_Ela mesma. Bebemos muito. E não me prevenir. Eu estava com 16 anos.

_O guri já tem cinco anos? Nossa.

_ Pensa aprendi que ser pai aos 16 não é fácil. E só aprendi do pior jeito, e hoje me protejo sempre. Não quero ser pai de novo tão cedo. Você se protege! Não é? Ed fica vermelho e sem graça. Olhando pros lados. Gabriel logo percebe. _Não me fale que... Ai meu Deus! Serio? Você ainda é virgem? Gabriel começa a ri. _Aos 20 anos?

_19 anos.

_Caramba. Você deve ser o único. Nesse mundo a ser virgem aos 20. Cuidado, vai acabar repetindo a burrice daquele cara do filme, “Virgem aos 30” e não falta tanto.

_Deixa de besteira. Sou virgem por que eu quero!

_Não vem com esse papo de “bicha”, que vai esperar a mina certa. Não existe isso. Você vai ser descabeçado antes da virada de ano. Isso vai! Por que eu vou ajudar! Ed respira fundo. Olhando pros lados. Quando nota uma garota passando com umas sacolas. Cabelos negros e curtos. Sorridente de óculos de formato de coração.

_Quem é ela? Pergunta Ed

_Aquela é a Sol. Linda não é? Gabriel nota o interesse _Hm tive uma ideia Vou te arrumar a Sol. É com ela que vai conhecer o mundo dos lábios. Gabriel começa a ri. Ed não escuta o amigo. Seu pensamento está longe. “Sol? Que estranho, parece que a conheço de algum lugar! Mas da onde? Nunca estive em Canedo antes.” _O problema é que Sol não é muito fácil. Na verdade, parece que ainda é virgem. Melhor. Os dois virgens. Prepara-se velho amigo, não irei te deixar completar seus vinte anos, ainda virgem. Na verdade, não irei deixar que ainda seja virgem na virada de ano. Nem pensar.

Não muito distante. Say está arrumada. Sua mãe fica feliz com isso. Percebe que a filha está melhor. Mas ainda não tem coragem de conversar sobre Adelfo. Mas é isso que ela quer. Antes que seja tarde. Say é o reflexo de sua mãe. Say é tudo que sua mãe queria ser. E não quer que ela perda isso. Say penteava seus longos cabelos negros na frente do espelho, enquanto sua mãe a fitava. _O que foi mãe? Desde o dia que voltei pra casa, você parece engasgada com algo. Quer conversar sobre alguma coisa?

_Não! Responde rapidamente a mulher que continua olhando a filha

_Então tá. Say volta a se olhar no espelho

_Na verdade sim. Diz a mulher sentando na cama

_Então conte... Fala Say ainda se olhando ao espelho e mexendo nos cabelos

_Você tem que perdoar o Adelfo.

_O que? Say se vira _Por que faria isso?

_Ele te ama!

_Não ama. Ele me traiu com a vadia da Carlota.

_Ele está arrependido.

_Está tão arrependido que veio pedir desculpas. Poupe-me mamãe! Diz Say ironicamente voltando a se olhar ao espelho.

_Mas filha, ele pagava seu curso. Você tinha tudo. Era líder de torcida. Conhecida. Amada. Diz a mulher apertando o travesseiro no peito.

_Mas nunca quis isso. Não quero. Sempre me senti sufocada. Parece que todos são falsos. São os meus amigos por ser namorada do ricaço Adelfo. Não quero mais isso pra minha vida. E sobre o curso. Não vou voltar. A não ser que eu ganhe uma bolsa. É o único jeito! E ponto final. Não quero mais conversar! Vou sair e posso demorar! Say pega seu celular. Sua mãe a olhava desapontada.

_Pra onde você vai?

_Vou pro LUAL! Até...

Não muito distante:

_Vamos para um LUAL? Odeio esses eventos! Disse Ed.

_Deixa de besteira, é nesses eventos que tem um monte de garotas doidas pra se divertirem. E de desvirginar certos rapazes. Gabriel começa a ri, pegando a chave do seu carro. _Vamos logo. Sol estará lá! Temos que aproveitar! Os dois saem em direção ao mar.

Já vi que vai ter muita sacanagem nesse LUAL. Na verdade é o que Gabriel espera ter. Mas Ed espera encontrar Say. E a misteriosa Sol. E nós, esperamos muita confusão. Muita ação. Quem sabe no próximo capítulo.

Trilha Sonora:

I-95 (w Sarah Rudy) by Fashions