Nelsinho foi visto
num carro com uma garota nova. Rumo ao desconhecido e em alta velocidade.
Nelsinho tem um palpite de onde esteja Jonnes e Rick, mas é apenas um palpite.
_Onde aprendeu dirigir desse jeito? Pergunta Nelsinho de olho na estrada e nas
curvas fechadas feita pela maluca Verona.
_Com meu pai! Responde a garota pisando no
acelerador
_Poxa, você deve gostar muito dele, pois meu
pai nunca quis me ensinar a dirigir. Verona ficou calada por uns segundos _O
que foi? Falei alguma besteira?
_Meu pai sempre foi muito bom. Mesmo depois
da separação ele continua sendo o brilhante pai que é... Mas...
_Mas?
_O vicio dele o matou...
_Vicio? Seu pai é...
_Viciado em jogos... Conseguiu perder nossa
casa num jogo.
_Poxa!
_Ele era piloto, um dos melhores. Mas depois
do acidente que sofreu no natal se tornou outro homem. Como não podia mais
correr, ele começou a jogar com uns amigos. Menos de dois meses, perdeu muito
dinheiro. Depois o carro. Mamãe o amava, mas isso a deixava triste. O ápice foi
quando perdeu o carro da mamãe. Ela o deixou.
_Que triste! Nelsinho baixa a cabeça.
_Ele sofreu muito... Ele nos ama. Sempre
amou. Então não o quis deixá-lo sozinho. Poderia se matar.
_Então você decidiu ficar com o pai.
_E minha irmã chata com a mamãe.
_Irmã?
_É sim... A louca... Verona pisa no freio
bruscamente. _Ai meu Deus! O semáforo está fechado.
***
Verona espera uma
velha encapuzada passar na faixa. Nem percebera quando começara a chover. Sua
paciência era pouca, seus dedos dançavam no volante, mas a velha parecia não
sair do lugar. A garota coloca a cabeça pra fora e grita: _vamos lá minha
senhora, preciso passar! A velha para no meio, se vira lentamente pro carro. Já
é madrugada, e já não tinha ninguém na rua. Então possamos dizer que seria
muito estranho uma idosa na rua há essa hora. Nelsinho pega seu celular com as
mãos tremulas.
_Nelsinho, tem algo de errado nessa velha!
Diz Verona sem tirar os olhos na encapuzada velha parada no meio da faixa de
pedestre.
_Verona dá a ré, precisamos sair daqui. Não
tem ninguém por perto! A velha encapuzada tira de baixo da saia uma arma, e para
a surpresa de Nelsinho e Verona, não era uma velha e sim um homem disfarçado.
_Saiam do carro agora! Gritou o homem bem na
frente do carro com a arma apontada pra eles. Verona entra em pânico acelerando
o carro pra cima do cara. O homem atira no carro, Nelsinho abaixa a cabeça e
Verona atropela o homem parando o carro mais na frente transtornada com que
aconteceu.
Verona tremia e
Nelsinho com os óculos quebrados desce do carro. _Eu matei ele, e agora
Nelsinho? Ai meu Deus! O que eu fiz? O que...
Verona gritava dentro do carro enquanto Nelsinho andava de um lado pro
outro nervoso. _Para de andar desse jeito, você está me deixando tonta!
_Ai meu Deus, como fui aceitar a sua carona?
Você é totalmente doida! Nelsinho não sabe o que fazer nessa situação, sua
cabeça gira e seu corpo perde forças. _Temos que levar ele pro hospital!
_E se ele estiver morto?
_Temos que levar ele pro hospital de qualquer
jeito, e tem que ser agora! Nelsinho pega o homem e coloca no carro.
_Ai céus, ele está sujando o carro do papai
de sangue.
_Cala a boca, e dirige logo! Verona tremula
liga o carro e se direciona pra cidade. Os dois não dão uma palavra o caminho todo,
os olhos da garota estão cheios de lagrimas e borrados. O carro passa
pela cidade silenciosa, Nelsinho com o rosto no vidro do carro nota um ponto
azul e verde parados num banco de uma praça, acreditando ele que é Jonnes e
Rick.
_Pare o carro! Grita o garoto que faz com que Verona pise no freio rápido, o corpo do homem bate nos bancos caindo pro lado.
_Pare o carro! Grita o garoto que faz com que Verona pise no freio rápido, o corpo do homem bate nos bancos caindo pro lado.
_O que foi isso? Grita Verona
_São eles? Pergunta Nelsinho em voz baixa.
_Eles quem seu doido? Verona abaixa o vidro
do carro olhando duas bandeiras azuis e um banco quebrado. _Não há nada lá!
Nelsinho respira fundo e pedi pra garota prosseguir. Mais um momento de
silencio quando o carro parece parar sozinho.
_Mas o que você está fazendo? Pergunta
Nelsinho sem entender o motivo da garota está parando o carro no meio do nada.
_Droga, não tem gasolina! Diz a garota
batendo a cabeça no volante. Nelsinho suspira
_ E agora? Os dois de cabeça baixa ficam em
silencio.
_Deveríamos ter deixado o corpo pra lá!
Nelsinho balança negativamente a cabeça para o comentário da garota. _O que
vamos fazer? O hospital não está tão longe daqui. Nelsinho levanta a cabeça
olhando a estrada silenciosa.
_Você vai ter que levá-lo nas costas, pois
sou uma garota! Não dou conta! Os dois mais uma vez se olham, e permanecem em silencio.
_Aiih... Um gemido faz com que levantem rápida
a cabeça! Os dois se olham, e com medo de olhar para trás.
_Mas que droga foi isso? Verona olha pra trás
e ver o homem sentado com a mão na cabeça. Nelsinho fecha os olhos e Verona
grita
O homem que Verona
achava ter matado está vivo, Nelsinho quase cego não sabe o que faz, e Verona
sabe gritar... Mas agora, os dois aventureiros foram encontrados amarrados numa
arvore, enquanto o carro sem gasolina e o ladrão se mandaram. Nelsinho não
enxerga nada sem os seus óculos, mas ele tem certeza que Verona o olha com
muito ódio.
_Viu o que foi que você fez? N-e-l-s-i-n-h-o!
O garoto fecha os olhos,
mas a garota não para de falar, sobre o carro do pai, da sua bolsa com
maquiagem importada, do perfume de marca, da sua maquina fotográfica que tanto
amava que agora estão todos nas mãos do ladrão cujo Nelsinho acreditava que
estava morto ou muito ferido.
_Não faz nem quatro horas que te conheci, e você já deu esse prejuízo todo! Aiiiih que ódio de você, garoto!
_Não faz nem quatro horas que te conheci, e você já deu esse prejuízo todo! Aiiiih que ódio de você, garoto!
O dia amanhece, e a
policia chega, e bem naquele momento, Verona entra numa viatura e Nelsinho em
outra. O primeiro dia e ultimo da amizade aventureira desses dois que em poucas
horas malucas viveram mais que muitos vovozinhos loucos em asilos que mentem um
pro outro sofre pescar tubarão no mar.