11. Rumo ao desconhecido e em alta velocidade

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Nelsinho foi visto num carro com uma garota nova. Rumo ao desconhecido e em alta velocidade. Nelsinho tem um palpite de onde esteja Jonnes e Rick, mas é apenas um palpite. _Onde aprendeu dirigir desse jeito? Pergunta Nelsinho de olho na estrada e nas curvas fechadas feita pela maluca Verona.

_Com meu pai! Responde a garota pisando no acelerador

_Poxa, você deve gostar muito dele, pois meu pai nunca quis me ensinar a dirigir. Verona ficou calada por uns segundos _O que foi? Falei alguma besteira?

_Meu pai sempre foi muito bom. Mesmo depois da separação ele continua sendo o brilhante pai que é... Mas...

_Mas?

_O vicio dele o matou...

_Vicio? Seu pai é...

_Viciado em jogos... Conseguiu perder nossa casa num jogo.

_Poxa!

_Ele era piloto, um dos melhores. Mas depois do acidente que sofreu no natal se tornou outro homem. Como não podia mais correr, ele começou a jogar com uns amigos. Menos de dois meses, perdeu muito dinheiro. Depois o carro. Mamãe o amava, mas isso a deixava triste. O ápice foi quando perdeu o carro da mamãe. Ela o deixou.

_Que triste! Nelsinho baixa a cabeça.

_Ele sofreu muito... Ele nos ama. Sempre amou. Então não o quis deixá-lo sozinho. Poderia se matar.

_Então você decidiu ficar com o pai.

_E minha irmã chata com a mamãe.

_Irmã?

_É sim... A louca... Verona pisa no freio bruscamente. _Ai meu Deus! O semáforo está fechado.


***


Verona espera uma velha encapuzada passar na faixa. Nem percebera quando começara a chover. Sua paciência era pouca, seus dedos dançavam no volante, mas a velha parecia não sair do lugar. A garota coloca a cabeça pra fora e grita: _vamos lá minha senhora, preciso passar! A velha para no meio, se vira lentamente pro carro. Já é madrugada, e já não tinha ninguém na rua. Então possamos dizer que seria muito estranho uma idosa na rua há essa hora. Nelsinho pega seu celular com as mãos tremulas.

_Nelsinho, tem algo de errado nessa velha! Diz Verona sem tirar os olhos na encapuzada velha parada no meio da faixa de pedestre.

_Verona dá a ré, precisamos sair daqui. Não tem ninguém por perto! A velha encapuzada tira de baixo da saia uma arma, e para a surpresa de Nelsinho e Verona, não era uma velha e sim um homem disfarçado.

_Saiam do carro agora! Gritou o homem bem na frente do carro com a arma apontada pra eles. Verona entra em pânico acelerando o carro pra cima do cara. O homem atira no carro, Nelsinho abaixa a cabeça e Verona atropela o homem parando o carro mais na frente transtornada com que aconteceu.

Verona tremia e Nelsinho com os óculos quebrados desce do carro. _Eu matei ele, e agora Nelsinho? Ai meu Deus! O que eu fiz? O que...  Verona gritava dentro do carro enquanto Nelsinho andava de um lado pro outro nervoso. _Para de andar desse jeito, você está me deixando tonta!

_Ai meu Deus, como fui aceitar a sua carona? Você é totalmente doida! Nelsinho não sabe o que fazer nessa situação, sua cabeça gira e seu corpo perde forças. _Temos que levar ele pro hospital!

_E se ele estiver morto?

_Temos que levar ele pro hospital de qualquer jeito, e tem que ser agora! Nelsinho pega o homem e coloca no carro.

_Ai céus, ele está sujando o carro do papai de sangue.

_Cala a boca, e dirige logo! Verona tremula liga o carro e se direciona pra cidade. Os dois não dão uma palavra o caminho todo, os olhos da garota estão cheios de lagrimas e borrados. O carro passa pela cidade silenciosa, Nelsinho com o rosto no vidro do carro nota um ponto azul e verde parados num banco de uma praça, acreditando ele que é Jonnes e Rick. 
_Pare o carro! Grita o garoto que faz com que Verona pise no freio rápido, o corpo do homem bate nos bancos caindo pro lado.

_O que foi isso? Grita Verona

_São eles? Pergunta Nelsinho em voz baixa.

_Eles quem seu doido? Verona abaixa o vidro do carro olhando duas bandeiras azuis e um banco quebrado. _Não há nada lá! Nelsinho respira fundo e pedi pra garota prosseguir. Mais um momento de silencio quando o carro parece parar sozinho.

_Mas o que você está fazendo? Pergunta Nelsinho sem entender o motivo da garota está parando o carro no meio do nada.

_Droga, não tem gasolina! Diz a garota batendo a cabeça no volante. Nelsinho suspira

_ E agora? Os dois de cabeça baixa ficam em silencio.

_Deveríamos ter deixado o corpo pra lá! Nelsinho balança negativamente a cabeça para o comentário da garota. _O que vamos fazer? O hospital não está tão longe daqui. Nelsinho levanta a cabeça olhando a estrada silenciosa.

_Você vai ter que levá-lo nas costas, pois sou uma garota! Não dou conta! Os dois mais uma vez se olham, e permanecem em silencio.

_Aiih... Um gemido faz com que levantem rápida a cabeça! Os dois se olham, e com medo de olhar para trás.

_Mas que droga foi isso? Verona olha pra trás e ver o homem sentado com a mão na cabeça. Nelsinho fecha os olhos e Verona grita


O homem que Verona achava ter matado está vivo, Nelsinho quase cego não sabe o que faz, e Verona sabe gritar... Mas agora, os dois aventureiros foram encontrados amarrados numa arvore, enquanto o carro sem gasolina e o ladrão se mandaram. Nelsinho não enxerga nada sem os seus óculos, mas ele tem certeza que Verona o olha com muito ódio.
_Viu o que foi que você fez? N-e-l-s-i-n-h-o!



O garoto fecha os olhos, mas a garota não para de falar, sobre o carro do pai, da sua bolsa com maquiagem importada, do perfume de marca, da sua maquina fotográfica que tanto amava que agora estão todos nas mãos do ladrão cujo Nelsinho acreditava que estava morto ou muito ferido. 

_Não faz nem quatro horas que te conheci, e você já deu esse prejuízo todo! Aiiiih que ódio de você, garoto!

O dia amanhece, e a policia chega, e bem naquele momento, Verona entra numa viatura e Nelsinho em outra. O primeiro dia e ultimo da amizade aventureira desses dois que em poucas horas malucas viveram mais que muitos vovozinhos loucos em asilos que mentem um pro outro sofre pescar tubarão no mar. 


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