Expresso Lunático: 12. Rosto angelical, olhos Vermelhos

O sol já está quente essa manhã, e aquela figura no meio da cidade [que está acordando] parecia não dormir a meses. Com passos lentos, a garota com olhos cansados e borrados parecia não está viva, o vento bagunça mais ainda os longos cabelos loiros e a faz tremer com a pouca roupa rasgada. Sua pele de porcelana brilha ao sol por está cheia de areia. Segurando um cigarro quase no fim numa mão e uma garrafa de Vodka quase vazia na outra Jonnes parecia que vinha de uma guerra, mas era isso mesmo e desta vez a garota passou mais de cinco dias fora.

A batida na porta do quarto faz Kika sair correndo do banheiro _Quem é? Grita a garota enrolada na toalha, mas nem um som como resposta. A garota volta pro banheiro, e mais uma vez a batida forte faz Kika sair do banheiro, pelo o olho mágico, Kika ver sua colega de quarto Jonnes que parece uma “zumbi” com olhos vermelhos.

Kika olha mais uma vez, mas Jonnes parece está morta, e não tem força pra nada. Kika abre a porta, e Jonnes cai pra dentro já desmaiada. Kika fica desesperada e a leva para tomar um banho. Abre o chuveiro deixando Jonnes sentada numa cadeira embaixo da água. _Garota, você está se matando! Tem que parar com isso! Jonnes não fala nada, seus olhos estão parados e petrificados, Kika não para de falar, mas Jonnes não escuta nada, seus pensamentos estão longe, uns cinco anos atrás...

“A garota de 15 anos dormia no seu quarto completamente destruído, com milhares de pôsteres na parede de bandas de rock, series e filmes de terror, quando sua mãe completamente bem vestida entra fechando bem a porta. A mulher loira observa sua filha com roupas estranhas caída na cama. A mulher grita batendo com o travesseiro na garota que acorda atordoada.

_Para com isso mãe! Grita a garota, mas a mulher esta descontrolada, e mesmo sendo um travesseiro e não um cinturão, a mulher precisava se extravasar na garota que só dera desgosto. _Mãe! A menina cai da cama colocando as mãos no rosto e pedindo pra parar

_Você só me dar desgosto, você é uma praga, você foi o meu maior erro, meu pior pesadelo! Diz a mulher chorando de raiva! A garota ouvira tudo e guardara também...”

Kika coloca Jonnes na cama, seu olhar está no teto e seu corpo imóvel. Kika precisa sair para encontrar Lolita pra juntas ir ao primeiro ensaio fotográfico de Quezy, mas Kika senti um pouco com dó de deixar Jonnes naquela situação, mas acredita que ela só precisa descansar, pra quem sabe sair na próxima noite e passar desta vez mais uns cinco dias fora. Jonnes agora sozinha, seus olhos se movem pelo pequeno quarto, uma solidão bate no seu peito e mais lembranças surgem. E desta vez, quando tinha 17 anos:

“A mulher loira come sozinha na mesa redonda da cozinha, quando Jonnes entra com lentes vermelhas, a mulher que já não está tão bem vestida e nem com uma cara saudável olha pra filha com uma cara de mais desgosto.

Jonnes joga sua bolsa em cima da mesa derrubando o prato da sua mãe no seu colo. A mulher se limpava enquanto falava que nada que ela fizesse agora iria surpreendê-la, e ela agora parecia um demônio que só queria destruir o pouco que restara da família. Jonnes ficou vermelha e entrou no banheiro correndo.”

A garota consegue levantar, tombando nas coisas, Jonnes foi até o espelho redondo de Kika, se olha quando o resto da lembrança volta numa velocidade incrível: “Jonnes sentada no canto do banheiro com uma gilete de dois lados. A garota olhara pro teto respirando fundo. Jonnes sempre teve longos cabelos brancos de tão loiros. Sua mãe gostava dele assim, sempre teve orgulho dos lindos cabelos que a filha tem. Jonnes se levanta e de frente pro espelho passa as mãos nos cabelos sedosos. A garota segura uma mexa de cabelo e com a gilete foi cortando, deixando seu lindo cabelo comprido torto e pinicado.”

Jonnes agora se olha no espelho depois dos três anos, e ver que já está usando o longo cabelo ou pelo menos a metade dele. Hoje tem algumas mexas azul, mas ainda possui o tom claro de loiro. Jonnes sente uma lagrima descer dos olhos e derruba o espelho com raiva.

Os olhos de Jonnes abrem, mas parece que ainda estão fechados, apenas anoiteceu, e Kika ainda não tinha voltado. Jonnes parece melhor, tirando a dor de cabeça que senti, mas pelo menos consegui andar. O chão está brilhando de tantos cacos de vidros. Jonnes vai pro banheiro, seu rosto está sujo de maquiagem. Jonnes começa a limpar seu rosto com algodão.

“Finalmente dezoito, Jonnes entra na sua casa e encontra apenas um bilhete na geladeira. Sua mãe fugiu deixando-a sozinha no seu aniversario de dezoito. Jonnes respirou fundo, sentira uma alegria, chamara todos os seus amigos roqueiros, até uma banda independente entrará na festa, muito álcool, drogas e Rock and Roll, mas teve o fim... E Jonnes se sentira sozinha, numa casa destruída igual ao seu quarto. Lembrara de sua irmã, aquela que se casou e se mudou com o marido rico e seus dois filhos. Seu pai está preso há tanto tempo que nem lembrava que tinha um pai e sua mãe, a única que restara lhe deixou também. Será Jonnes uma pessoa tão má? Ou simplesmente mais uma que sofria com tudo que acontecia na sua vida e expressava do jeito errado.”

Jonnes agora está com o rosto limpo. Lindo por sinal. Rosto angelical, olhos azuis. Trocou de roupa. Arrumou o quarto. Sentou-se na cama olhando em sua volta. Fotos de Kika, Lolita e Quezy. Cadê as suas amigas Jonnes? Não tem? Ops, pela a cara que fez, lembrou-se de um amigo. Nelsinho. Aquele que a levou pra sua casa e cuidou dela enquanto estava tão drogada. Jonnes calça as botas e se manda pra casa do amigo Nelsinho. Enquanto andava pelas ruas iluminadas pelas luzes da cidade de Flinburgo, sente como se alguém a seguisse o caminho todo, mas acredita que é o efeito da droga, pois ela faz isso... Deixa-te doido quando quer ficar doido, mas também te deixa doido quando não quer. A droga é amiga pra te fazer apenas esquecer, mas é inimiga de te fazer lembrar-se das conseqüências que ela causa.

Jonnes para em frente da casa, toca a campainha e Luna abre a porta, a ruivinha dançarina.

Luna dar espaço, e Jonnes entra. Senta no sofá velho com estampa de flores. Ronie desce correndo quase caindo, diz “OLÁ” pra Jonnes e sai pela porta. Luna chama Nelsinho enquanto senta em frente da garota.

_Pensei que não voltaria mais aqui! Fico feliz de te ver assim... Tão boa! Eu acho. Jonnes ri sem jeito, quando Nelsinho desce as escadas, e pela primeira vez, vê Jonnes sem estar borrada e com roupas rasgadas.

Caro Nelsinho, eu te apresento a verdadeira Jonnes, a garota por trás de toda aquela maquiagem pesada e drogas.

Prazer!

Nelsinho desce quase correndo, e sem acreditar no que está vendo.